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Pesquisa inédita no Estado irá revelar o perfil da obesidade infantil em Lages

O trabalho, desenvolvido em parceria com a Secretaria municipal de Saúde, irá possibilitar uma intervenção na realidade a partir dos dados coletados

De acordo com um levantamento realizado pelo IBGE em 2010, mais de 33,5% das crianças brasileiras, com idade entre zero e 14 anos, estão acima do peso. Em Lages a realidade não é diferente. Porém, como ainda não existem números ou dados sobre essa realidade no município, uma pesquisa irá identificar o perfil epidemiológico da obesidade para compreender e traçar ações para combater o fenômeno.

A iniciativa partiu da médica pediatra Maria Cristina Martins. Ela explica que, nos últimos meses, o aumento de pacientes crianças e adolescentes com sobrepeso no consultório chamou sua atenção e causou preocupação. “Isso me surpreendeu e incomodou porque já moro aqui há 20 anos e não era assim até pouco tempo.” Segundo ela, fatores como a alimentação (o fato de as pessoas não realizarem nem mesmo as refeições em casa), a falta de atividade física (as crianças nem brincam mais na rua) e o excesso de telas (computador, tablete e celular), contribuem para a condição. “Por isso procurei a Secretaria de Saúde, e quando soube que não havia nenhuma pesquisa nesta área propus que realizássemos esse levantamento”, explica Maria Cristina.

A parceria foi aceita e já está sendo colocada em prática. Para viabilizar a pesquisa, as 289 Agentes Comunitárias de Saúde (ACSs) do município começaram a ser capacitadas para a aplicação do questionário com 12 perguntas, durante as visitas às famílias com crianças, dentro da faixa etária de zero a 14 anos. No momento da abordagem, as Agentes também pedirão aos pais para que levem os filhos à Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro para que procedam a pesagem, averiguem as medidas e circunferência abdominal. “De qualquer forma, os pais já podem procurar a Unidade de Saúde e fazer a pesagem e até mesmo preencher o questionário, pois nosso objetivo é abranger toda a população dessa faixa etária. As Agentes de Saúde serão multiplicadoras e facilitadoras desse processo, mas precisamos do envolvimento de todos nessa causa”, reforça a gerente dos Programas de Saúde, Lucieli Rech Capistrano.

A pesquisa, que também é desenvolvida pela professora Natália da Cunha Belinatti, do programa de Mestrado de Saúde e Meio Ambiente, da Uniplac, e pela estudante de Nutrição, Joana Barbisan, tem a previsão de ser concluída no prazo de seis meses. A segunda fase do projeto prevê a intervenção no bairro que apresentar os maiores índices de obesidade, a partir dos dados coletados. “A partir daí, resolvendo o problema de um bairro, queremos que se torne um projeto à cidade”, explica a médica.

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