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Câmara fica lotada em audiência sobre violência contra a mulher

Com o plenário da Câmara Municipal lotado, o fim da violência contra a mulher foi o tema que norteou a audiência pública realizada na noite de quarta-feira, 6 de março. Autoridades policiais, judiciárias e representantes de instituições e órgãos renomados discutiram as formas de tratar e transformar o homem agressor e apontaram alternativas para enfrentar o problema.A audiência atendeu um requerimento da vereadora Aida Hoffer (PSD), que também é presidente da Frente Parlamentar de Combate à Violência Contra a Mulher, e contou com a participação dos vereadores Amarildo Farias (PT), Bruno Hartmann (PSDB), David Moro (MDB), Gerson Omar dos Santos (PSD), Jair Junior (PSD), Jean Pierre Ezequiel (PSD), Lucas Neves (Progressistas), Mauricio Batalha Machado (PPS) e Pedro Figueredo (PSD). A deputada federal Carmen Zanotto também participou e contribuiu com o debate.A proponente iniciou os debates pedindo um minuto de silêncio em respeito a todas as mulheres vítimas de violência. “Reunimos essa seleta mesa e junto com todos vocês queremos discutir, propor ações mais efetivas e investir fortemente na prevenção e na conscientização da sociedade sobre o problema do feminicídio no país, especialmente aqui em nosso município. […] Existe uma frase popular que diz: ‘em briga de marido e mulher não se mete a colher’, penso que devemos intervir sim, pois metendo a colher nós podemos salvar vidas e essa iniciativa depende de cada um de nós”, refletiu Aida.

Na sequência foi aberto espaço para o público presente que chegou a um entendimento: sem educação não é possível combater o problema. As diversas falas também reforçaram a importância da participação da família na formação social do ser humano e defenderam que é fundamental o envolvimento de todos para superação do feminicídio. Além disso, reafirmaram que o trabalho em rede no enfrentamento à violência contra a mulher pode ser um mecanismo para tratar do assunto.
“O objetivo pós audiência pública é dar alguns encaminhamentos sobre o tema abordado. Por isso, estivemos previamente visitando grandes empresas de nossa cidade, especialmente, aquelas compostas por maior número de homens e sugerimos que sejam formados núcleos de apoio e defesa à mulher para agirem como uma rede de proteção e prevenção da violência de gênero”, destacou a proponente.

A reunião também definiu que é preciso investir mais em campanhas de prevenção e orientação para conscientizar a população acerca da problemática, além de capacitar espaços públicos e privados para que todos os locais sejam locais de acolhimento às mulheres vítimas de violência. “Precisamos investir na educação, valorizar os professores, mas não podemos omitir a participação da família nesse processo. Esta Casa pode avaliar possibilidade de implantação da Procuradoria da Mulher na Câmara, um órgão capaz de receber denúncias de discriminação e violência contra a mulher e cooperar com organismos especializados na promoção dos direitos da mulher”, contribuiu a deputada Carmen.

Registros de violência em Lages

 A reunião atraiu diversas entidades de defesa dos direitos das mulheres que trouxeram alguns números dos registros dos atendimentos de feminicídio registrados em Lages.

O juiz da 2ª Vara Criminal de Lages, Alexandre Takaschima, expôs que, atualmente, o órgão analisa mais de quatro mil processos, sendo que 1.200 destes estão relacionados à violência doméstica. Diariamente, o magistrado explica que atende uma ou duas prisões em flagrante em audiências de custódia e que existem 30 presos preventivos, que estão sendo processados envolvendo a violência de gênero.
Pelo programa Rede Catarinas de Proteção à Mulher, criado em março de 2018, já foram atendidas mais de 765 visitas preventivas com resultados e realizadas mais de 50 visitas preventivas aos agressores de mulheres, conforme explica o comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Alfredo Nogueira dos Santos.
Os dados da Secretaria de Políticas para Mulher e Assuntos Comunitários apontam que, desde 2017, já foram atendidas 195 mulheres. Atualmente, 145 famílias recebem acompanhamento psicológico, social ou jurídico, de acordo com os casos, conforme demonstrou a diretora de Articulação de Políticas Públicas para a Mulher, Bernadete Aparecida Cazaliston.

 Ligue 180

A Central de Atendimento à Mulher ou Ligue 180 é uma central telefônica que atua como um disque-denúncia. É um programa nacional que recebe denúncias de assédio e violência contra a mulher e as encaminha para os órgãos competentes.
O Ligue 180 funciona 24 horas por dia, de segunda a domingo, inclusive feriados. A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer lugar do Brasil. O anonimato é garantido. Através desse serviço também é possível obter orientações sobre serviços da rede de atendimento, direitos da mulher e legislação.A violência contra mulher atinge a todos e a denúncia pode ser feita por qualquer pessoa. Então, não importa se você conhece ou não a pessoa que está sofrendo violência, ligue 180 e denuncie! Ajude a proteger as mulheres.

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