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Educação infantil municipal se reinventa e crianças menores também passam a fazer atividades em casa

A Secretaria da Educação de Lages desenvolve sugestões de atividades que são entregues aos familiares para que possam executar em casa com as crianças

A pandemia do novo Coronavírus pegou todos de surpresa e muitos setores precisaram se reinventar. Um dos mais afetados foi a educação, onde o distanciamento entre alunos e professores criou uma lacuna que precisa ser preenchida diariamente de alguma forma. Diferente do ensino fundamental, a educação infantil é mais leve, onde o lúdico e as brincadeiras são tão importantes para o desenvolvimento das crianças pequenas quanto às outras atividades pedagógicas para os maiores.

Preocupados em dar continuidade a este trabalho iniciado dentro dos Centros de Educação Infantil Municipais (Ceims), a Prefeitura de Lages, por meio Secretaria da Educação, amparada por lei, desenvolve sugestões de atividades que são entregues aos familiares para que possam executar em casa com as crianças, enquanto as aulas estiverem suspensas.

A educação infantil municipal conta com aproximadamente 7.830 crianças, de zero a cinco anos e 11 meses, matriculadas em 77 Ceims, com turmas do berçário à pré-escola. Segundo a coordenadora Andreia Bortoluzzi, a maioria aderiu às sugestões. “Para nossa surpresa, estamos muito felizes com a receptividade das famílias. Os resultados estão excelentes e essa aproximação cada vez mais das unidades escolares com os familiares têm superado todas as nossas expectativas, tanto dos professores quanto dos próprios pais e responsáveis”, comenta.

Antes de tomar esta iniciativa, foram realizados encontros virtuais da educação permanente, onde as temáticas foram trabalhadas durante duas semanas. Foi necessário muito planejamento e reorganização da educação infantil municipal nesta nova fase.

Para cada sugestão os pais fazem devolutivas, com fotos e vídeos enviados aos professores sobre a participação das crianças. “É muito gratificante ver o olhar das crianças quando recebem as sugestões e participam ativamente das atividades. Este trabalho é muito importante para se ter o acompanhamento da evolução dos pequenos em muitas esferas, como a coordenação motora, concentração, raciocínio lógico, entre outras”, acrescenta Andreia.

Esta é a terceira semana de entrega das atividades nos Ceims. Aos pais também foi oferecida a opção de serem enviadas por email, com o feedback com os professores através do whatsapp. Mas estão sendo priorizadas as entregas físicas, com a montagem de pastinhas para cada criança, que podem ser buscadas pelos pais na escola em dias e horários marcados e divulgados.

Os eixos estruturantes sugeridos são as interações e brincadeiras. As sugestões são muito bem planejadas para que se tornem possíveis de serem feitas em casa e adequar neste momento. “Neste momento de isolamento se faz necessário fazer este trabalho com as famílias para que não se perca este vínculo com a criança. O desenvolvimento é fundamental e todas as atividades são elaboradas conforme a faixa etária de cada criança. Conseguimos acompanhar o desenvolvimento delas através das devolutivas”, finaliza a coordenadora.

“Uma nova normalidade na sociedade faz com que tenhamos criatividade e compromisso com o trabalho desenvolvido na educação municipal. Sabemos das dificuldades de todos, mas com esforço e dedicação estamos levando um conteúdo de qualidade para as nossas crianças e alunos da rede municipal”, observa o prefeito Antonio Ceron.

Um desafio para os professores

Se para os alunos estar somente em casa pode causar ansiedade e expectativa, para os professores este também foi um grande desafio. Elaborar atividades que serão realizadas à distância, sem ter o contato diário e tão importante entre aluno e educador, é uma das maiores dificuldades enfrentadas neste momento, conforme relata a professora Silvia Gabriella Schonardie, do Ceim Prof. Maria Sônia de Quevedo, bairro Caravágio. “Neste momento de isolamento social nosso trabalho ficou um pouco sem cor e restrito, sem trabalhos com interações em sala, com a socialização das crianças e professores. Vivemos dias de angústias, pois estamos distantes das nossas alegrias de todos os dias, as nossas crianças. Mas é tempo de sermos corajosos e enfrentar essa transformação, que não está sendo fácil”, diz.

Além de ter que se reinventar como professores, eles lidam também com o abalo emocional que a pandemia e o isolamento proporciona. “Com o vírus veio também um caos em nossas emoções, estamos com medo, tristeza, impotência e uma sensação de perca. Pensando nesse momento, foi preciso nos reinventar, planejar maneiras para estreitar essa distância entre a criança e a escola. As sugestões de atividades para que as crianças dêem continuidade em seu desenvolvimento em casa com as famílias está sendo de grande valia, pois os pais estão participativos e suas contribuições são essenciais”, comenta Silvia.

Texto: Aline Tives

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