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Justiça de Lages já se prepara para “novo normal” que surgirá no momento pós-pandemia

O Juizado Especial Cível da comarca de Lages iniciou um trabalho de preparação de seus colaboradores para enfrentar o chamado “novo normal”, período que surgirá após a passagem da pandemia da Covid-19. Temas como gestão de pessoas e as relações interpessoais foram amplamente debatidas em uma atividade desenvolvida com base nas constelações sistêmicas e que também tratou da organização e harmonia da equipe de servidores do JEC. O aperfeiçoamento, como não poderia deixar de ser neste momento, ocorreu por videoconferência.

“Dentro de uma estrutura voltada à conciliação e mediação é imperativo fazer o dever de casa com a equipe de trabalho. A possibilidade de tratar do fortalecimento dos vnculos foi fundamental para trazermos a constelação sistêmica para contribuir”, explicou o juiz Sílvio Orsatto, titular daquela unidade. Para ele, os efeitos do distanciamento social e as incertezas advindas da crise sanitário-financeira e política contribuem com uma maior ansiedade neste período. “A impossibilidade de vislumbrar um fim nos próximos meses vem causando uma perturbação nas pessoas, portanto, é necessário melhorar a preparação dos conciliadores e gestores para orientação no chamado ‘novo normal'”.

A constelação sistêmica segue uma linha filosófica espiritual baseada nos ensinamentos do terapeuta alemão Bert Hellinger, que identificou forças naturais que agem sobre as pessoas e podem interferir na trajetória delas. A consteladora Rita de Cássia Lang explica que a metodologia é bastante usada para resolver conflitos familiares, em ambientes escolares e também vem ganhando adeptos no Judiciário.

A chefe de cartório Cássia Becker Brandt foi uma das participantes da preparação. Para ela, nas relações de trabalho e interpessoais é necessário que todos os integrantes tenham o mesmo objetivo e estejam conectados de forma harmoniosa “Foi extremamente gratificante e surpreendente ver isso revelado de uma forma tão clara. É certo que cada vez mais precisaremos desse equilíbrio e harmonia nesse momento difícil e inusitado que estamos vivenciando. Saber que estamos todos conectados nos traz segurança e a certeza de continuar firme em prol do bem comum”, interpretou.

Graciela de Meneses Fonte Bôa, responsável pelas audiências de conciliações do JEC, entende que o Direito vive um momento de evolução. “É incrível a percepção que se tem da posição, reconhecimento e desafios que se descobre ao participar desse campo composto por movimentos parassimpáticos. Creio que o futuro seja a fraternidade e, assim, o Direito deixe a função de bélico para assumir seu fim de pacificação social por meio de restabelecimento das relações, o que é prometido e descortinado pela constelação sistêmica”. Em seis meses, o grupo volta a se reunir para analisar os fatores de crescimento.

Taina Borges
NCI/TJSC – comarca de Lages

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