Notícia no Ato

Greve não reivindica aumento de salários e sim direitos conquistados

Como membro da Diretoria Executiva do Sintec (Sindicato dos Funcionários dos Correios), Iran Neto Correia, explica à reportagem de Notícia no Ato o motivo da greve: “estamos reivindicando apenas que seja mantido o Acordo Coletivo que foi homologado pelo TST por dois anos (2020 e 2021), cuja negociação seria realizada somente em junho de 2021. Infelizmente a empresa conseguiu derrubar nossa vitória na Justiça, com uma Liminar no STF para apenas um ano, e daí quis negociar a seu bel prazer, apresentando apenas retiradas de causas ganhas. No Acordo Coletivo de 79 Cláusulas, ela, simplesmente derrubou 70, deixando apenas 09 (nove), das quais nenhuma beneficia a nossa classe.

O que não conseguiu retirar totalmente, simplesmente baixou. É bom que a população saiba que, toda nossa história de greve, lutamos por termos um salário baixo.  O que segura os funcionários são as ajudas.  Quando chegava na Data Base, a empresa dava o aumento relativo à inflação, melhorava o Vale Refeição ou algum outro benefício que a gente tem. E agora na última Data Base, pela intenção de levar a empresa à privatização, está retirando todos os nossos benefícios, o que nos dá condições de trabalhar tranquilo e dar sobrevivência aos nossos familiares. Hoje estamos com 70% dos funcionários em greve que é o que a lei permite. Sendo que 30% permanecem trabalhando. Estamos dentro da lei. Estamos com poucos funcionários, e por isso estamos com bastante sobrecarga. A empresa promoveu dois planos de demissão incentivada, quando vários funcionários saíram e até hoje não abriu concurso para prover as necessidades de mais funcionários. Estamos trabalhando até fora do horário e sobrecarregados de serviço para dar conta do trabalho. Estamos trabalhando acima do normal.  Porém, o motivo da nossa greve é, apenas para reivindicar os benefícios que já tínhamos conquistados.

Estamos correndo o risco de perder as conquistas ou quem sabe até o emprego com uma possível privatização.  Para que todos saibam, um dado bastante complicador está relacionado à frota de motos. Hoje bastante sucateadas, com datas de fabricações em 2011, 2013, praticamente ultrapassadas.  A empresa diz que não tem dinheiro pra pagar salários suficientes; entretanto, ela declarou um lucro de R$ 100 milhões de reais, tendo uma Folha de Pagamento de R$ 12 milhões, Sobra bastante,porém não investe. A frota de motos continua a mesma, sem trocar. Temos o direito de recusar trabalhar caso uma motocicleta não ofereça segurança ao Carteiro. Entretanto, trabalhamos com elas avariadas para  não prejudicar a população. Dia 14 ou 21 será julgada a Liminar,  não queremos aumento de salários, e sim a manutenção do nosso acordo coletivo de 2020 e 2021”, frisou Iran Neto Correia, representante da Diretoria Executiva do Sindicato dos Funcionários dos Correios em Lages.

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