Notícia no Ato

Dia de Finados: visitações aos cemitérios públicos bem abaixo do normal

     O motivo é óbvio: pandemia, distanciamento e evitar aglomeração. Quem foi visitar seus entes queridos, também pôde perceber o número de pessoas, bem abaixo em relação à anos normais.

No cemitério Cruz das Almas, por exemplo, nem mesmo os túmulos de devoção como dos “Irmãos” Canozzi, Frei Silvério e da cigana Sebinca Christo, tiveram movimento de pessoas. Vergilina García Arruda e a filha Vergínia, sempre foram devotas de Ernesto Canozzi e Celinto Olinto Pinto, os dois caixeiros-viajantes assassinados em 1902 próximo ao Rio Caveiras, na antiga BR-2, em Lages.

De acordo com o Pe. Dorli Gonzaga Ribeiro, os cuidados, o medo e o índice de contágio pelo Coronavírus, fizeram com que o movimento fosse reduzido. Além disso, conforme explicou o bispo diocesano  D. Guilherme Werlang, a igreja católica, por sua vez, já vinha antecipando aos seus fiéis que fizessem as visitas antes do dia 2, ao mesmo tempo em que todas as celebrações nas várias capelas e paróquias também foram no intuito de orações e devoção aos falecidos.

A diocese encerra as atividades religiosas nesse feriado com celebrações a partir das 19h em várias igrejas, inclusive na catedral, seguindo à risca os protocolos de segurança. D. Guilherme adianta também que essa semana é dada como prorrogação à quem preferir ir às celebrações para homenagear aos mortos.

FIÉIS CATÓLICOS TAMBÉM PODEM VISITAR O LOCAL DO ASSASSINATO DOS “CANOZZI”

     Pela antiga BR-2, a poucos metros da ponte velha, sobre o Rio Caveiras, sentido ao sul, à direita,  situa-se o local do crime que abalou a sociedade lageana em 1902. Lá estão as cruzes e os epitáfios sobre os dois viajantes gaúchos. Sara Nunes, historiadora serrana, em seu livro “Caso Canozzi: um crime e vários sentidos”, retoma o caso, apoiada em fontes raras como o processo-crime N° 04/02. Uma leitura indispensável na história lageana.

No Cruz das Almas: o túmulo que geralmente era visitado por centenas de pessoas, nesse feriado passou em “branco”, em vista de que geralmente seus devotos são pessoas de outra geração. Más, não dá pra esquecer que visitar um ente no cemitério não precisa necessariamente, ser no dia de finados.

Texto: Toninho Goulart

Achou essa matéria interessante? Compartilhe!