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Professora da Udesc Lages é embaixadora de movimento sobre maternidade e paternidade na ciência

A professora Amanda Leite Bastos Pereira, do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Lages, foi selecionada para ser embaixadora do Parent in Science, um movimento formado por cientistas que visa discutir a maternidade e a paternidade dentro do universo da ciência do Brasil.

“O movimento é voltado para toda a comunidade científica, incluindo docentes, discentes e técnicos, para promover e discutir as questões que envolvem esse trabalho duplo e seus impactos um sobre o outro”, diz ela.

A seleção dos embaixadores aconteceu por meio de edital e elegeu 73 cientistas em todo o País. Santa Catarina possui três representantes. Outras duas professoras da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) desempenharão este papel ao lado da professora Amanda.

Na Udesc, o objetivo é formar um Grupo de Trabalho (GT) com professores de todos os centros para discutir os desafios e auxiliar os cientistas na tarefa de conciliar a dupla jornada de pesquisa e família. Também pretende-se assegurar os direitos dos cientistas com crianças em casa, incluindo qualidade do ambiente de trabalho, além de direitos trabalhistas que considerem esta situação. “A ideia é formar um GT que abrace esta demanda e este movimento para que possamos trabalhar juntos dentro de toda a universidade”, fala Amanda.

O desafio de conciliar maternidade e pesquisa científica na pandemia

Doutora em Farmacologia, professora e pesquisadora do Departamento de Medicina Veterinária e do Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular da Udesc Lages, Amanda, que é mãe de uma menina, cita uma pesquisa recente sobre a queda da produtividade de cientistas mulheres que possuem filhos, durante a pandemia, publicada por pesquisadoras que encabeçam o Parente Science.

A publicação “Impacto do gênero, raça e parentalidade na produtividade acadêmica durante a pandemia de Covid-19: da pesquisa à ação”, divulgada na revista bioRxiv, aponta que cientistas estão enfrentando uma diminuição nas taxas de submissão de artigos, desde o início do período pandêmico, e que as mulheres negras e mães foram o grupo mais afetado.

“A primeira coisa a se fazer é divulgar esses dados e demonstrar que o cientista tem uma vida, é responsável por uma criança e que isso demanda tempo e diminui a sua produtividade. Geralmente não se percebe que o cientista leva trabalho para casa. Dessa forma, entrevistas de emprego, editais de órgãos de fomento e avaliações de produtividade, por exemplo, devem considerar esses fatores”, pondera a professora.

Assessoria de Comunicação da Udesc Lages/Jornalista Tatiane Rosa Machado da Silva

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