Enquanto o sistema de saúde da Serra agoniza devido à disparada do número de casos de Covid-19 na região, o Governo do Estado nada tem feito para melhorar o setor. Uma prova do descaso do governador Carlos Moisés com a região diz respeito à nova ala do Hospital Tereza Ramos, em Lages. Sem leitos para absorver a grande quantidade de doentes de Covid, a região clama pela abertura da unidade, mas o governador parece não ouvir os apelos da população.
No início desta semana, em mais um ofício encaminhado ao governador, os prefeitos da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures) suplicaram a abertura da nova ala. Em assembleia extraordinária, os gestores municipais foram unanimes de que não dá mais para esperar a abertura da unidade, com pessoas morrendo por falta de leitos.
No documento, os prefeitos pedem ao governador que se compadeça com o sofrimento de milhares de catarinense, porque a situação é de colapso na estrutura do sistema público. Eles admitem estar perdendo a “batalha” para a pandemia, especialmente pela falta de leitos de UTI/Covid. E finalizam o ofício pedindo compaixão do governador com o povo serrano.
Lages e região vivem a pior fase da pandemia, com um crescimento exponencial de número de casos ativos. De acordo com boletim da Prefeitura de Lages divulgado na terça-feira, a cidade somava 1.789 pessoas em isolamento domiciliar e 119 hospitalizadas. A região está com 100% dos leitos de UTI ocupados.
Não bastasse todo esse descompromisso do Governo do Estado com a Serra, a região também sofre com a falta de esforço e comprometimento por parte de alguns prefeitos serranos. Hospitais da região, como é o caso da unidade de Ponte Alta, poderiam muito bem estar atendendo a população, mas estão fechados, agravando ainda mais a situação da saúde pública na região.
A reportagem mandou recado para o celular do diretor do Hospital Tereza Ramos, Maurício Batalha, mas ele não retornou o contato até o fechamento desta matéria.
