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Lages leva seus conhecimentos e desfechos positivos do Projeto Lixo Orgânico Zero e Método Lages de Compostagem a especialistas locais e internacionais

Os eventos aconteceram nesta semana – Orion Week, em Lages, e II Congresso Internacional Cidades Lixo Zero, em Brasília

A prefeitura de Lages, através da Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente, em convênio com o Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), com o apoio financeiro do Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal (FSA CEF) e do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), do Ministério do Meio Ambiente, desenvolve o Projeto Lixo Orgânico Zero (PLOZ) desde 2018. A partir do PLOZ, diversas escolas e instituições têm conferido atenção à destinação adequada aos resíduos produzidos pelos cidadãos, em especial as sobras orgânicas das cozinhas de distintos ambientes, possibilitando, às merendeiras, servidores, docentes e estudantes, envolvimento com o Método Lages de Compostagem e, consequentemente, desvio, de aterro sanitário, de toneladas de resíduos.

O Projeto Lixo Orgânico Zero foi referendado em dois eventos importantes nesta quarta semana do mês de junho. No Orion Week, em Lages (de 21 a 26 de junho, em comemoração ao aniversário de cinco anos de operação do Centro de Inovação de Lages e do Orion Parque, e realizado em parceria com a prefeitura de Lages, Governo do Estado de Santa Catarina e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina – Fapesc), e no II Congresso Internacional Cidades Lixo Zero, de 22 a 24 de junho, o maior evento sobre resíduos sólidos do Brasil, evento promovido pelo Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB), em Brasília, capital federal.

No Orion Week, a diretora de Meio Ambiente e gestora do Projeto Lixo Orgânico Zero, Silvia de Oliveira, salientou, no painel, projetos de impacto e relevância da educação no desenvolvimento de uma sociedade e os efeitos de temas do cotidiano, como a destinação adequada de resíduos, na forma de vida das pessoas, oportunizando ações responsáveis e compartilhadas. “Pois fazer parte da solução do problema e não ser o problema para o progresso individual e, consequentemente das cidades, pois a questão ‘Lixo – big problem in the world’ precisa ser mais bem explorada de modo visionário e ético, garantindo a sustentabilidade, pois tem potencial econômico, social e ambiental e as parcerias são fundamentais – 17º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, pontua Silvia de Oliveira.

O coordenador técnico do Projeto Lixo Orgânico Zero, professor, doutor Germano Güttler, esteve em Brasília no Congresso Internacional Cidades Lixo Zero – O futuro é circular e compartilhou os dados do município de Lages a partir do envolvimento das mais de 90 instituições integradas ao Projeto e da comunidade lageana. “O PLOZ teve uma intensa atuação na cidade desde 2017 e constataram-se bons resultados, pois a gravimetria realizada pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) no aterro sanitário de Lages, no final do ano de 2019, mostrava que o teor de resíduos orgânicos era de 31%, o mais baixo desde 2014 (AMPLA), e muito inferior aos teores atribuídos em 2011, que eram superiores a 50%”, observa o estudioso. Gravimetria é a área da geofísica que estuda as variações da aceleração de gravidade ponto a ponto sobre toda a superfície terrestre.

No final de 2020 uma nova gravimetria foi realizada pela Projeta Ambiental Jr, empresa júnior de Engenharia Ambiental e Sanitária do CAV/Udesc, no aterro sanitário de Lages, e foram verificados os seguintes números: Teor de resíduos orgânicos de 21,3%, teor de recicláveis de 22,7% e teor de rejeitos de 56%.

Em relação a estes dados é possível afirmar, de acordo com a gestão e coordenação do Projeto Lixo Orgânico Zero, que são extremamente positivos e provavelmente encontram-se entre os melhores do Brasil, já que o valor de 21,3% de resíduos orgânicos representa em torno de 55% a menos do que a média do teor de resíduos orgânicos do lixo no país, a média nacional está em aproximadamente 48%. De acordo com a apreciação, o percentual de 56% de rejeitos está também acima de qualquer aterro sanitário. São raras as análises gravimétricas no Brasil que ultrapassam a casa dos 30% de rejeitos. “Arrisco a afirmação de que o teor de 56% de rejeitos pode ser o mais alto do Brasil, se compararmos com outras cidades de médio a grande porte. Além disto, a maioria dos aterros do país apresenta teores de recicláveis bem acima dos 30%. E esta era a realidade de Lages na primeira gravimetria realizada em 2014, quando tínhamos 40% de recicláveis no aterro sanitário”, enfatiza Germano Güttler.

Este resultado é possível pela responsabilidade do chefe do Poder Executivo municipal, prefeito Antonio Ceron; do vice-prefeito, Juliano Polese, e do secretário de Serviços Públicos e Meio Ambiente, Eroni Delfes Rodrigues, além da diretoria que cuida destas particularidades dos resíduos e sensibilização coletiva, na Secretaria. “Com esta demanda, cada vez mais as ações estão articuladas e ajustadas por suas secretarias, entre as quais a Municipal de Águas e Saneamento (Semasa), e em virtude da atuação da equipe do Projeto, profissionais das escolas e instituições e cidadãos lageanos que entendem a necessidade de cada um fazer a sua parte com dedicação e empenho para melhorar a vida no planeta”, analisa Silvia de Oliveira.

Inúmeros municípios brasileiros estão desenvolvendo o Método Lages de Compostagem, entusiasmados pela experiência desenvolvida em Lages. O Projeto Lixo Orgânico Zero (PLOZ) já ultrapassou fronteiras internacionais e eleva o nome do município e de pessoas que fazem a diferença. “Atitudes mais sensatas de maneira que a responsabilidade aumenta para toda a sociedade, responsável pela mudança cultural pertinente à destinação do seu lixo. Preservar os recursos naturais, ensinar a prática de coibir o desperdício às pessoas diariamente e respeitar as condições ideais para a vida futura são missões constantes e deveres de todos nós”, complementa o secretário Eroni Delfes Rodrigues.

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