Notícia no Ato

Lages abraça o quinto bispo da sua história, Dom Guilherme Werlang

“(…) E a Dom Guilherme, desejamos boas-vindas e desde já agradecemos pelas mãos estendidas na luta em favor dos mais necessitados e pela visão de prática moderna e atualizada em defesa dos direitos humanos, à terra, às oportunidades e à vida digna.” – Antonio Ceron

Dia 17 de março de 2018, um sábado de sol forte e de euforia para a população da Serra. O panorama ideal para Lages ter, nas páginas da sua história, um capítulo peculiar, pois foi o dia em que pisou em solo lageano o quinto bispo em seus 251 anos de fundação. Aplaudida por centenas de fiéis devotos, autoridades civis, militares e eclesiásticas, padres, presbíteros, diáconos, ministros, seminaristas, coroinhas, entre outros membros de congregações, aconteceu a posse canônica do novo bispo da Diocese de Lages, Dom Guilherme Antônio Werlang, chegado depois de 18,5 anos de atuação na Diocese de Ipameri, Goiás, e designado pelo papa Francisco, no Vaticano, em fevereiro deste ano. Catarinense da pacata São Carlos, com 11 mil habitantes, no Oeste, Dom Guilherme, 67 anos, será o quinto bispo de Lages, depois de Dom Daniel Hostin, Dom Honorato Piazera, Dom Oneres Marchiori e Dom Irineu Andreazza.

Em uma celebração carregada de emoção e esperança religiosa por um mundo mais harmonioso, a Catedral Diocesana, a matriz da padroeira de Lages, Nossa Senhora dos Prazeres, esteve lotada de pessoas que acompanharam as formalidades. O prefeito Antonio Ceron e sua esposa, Salete Ceron, assistiram à cerimônia, juntamente à deputada federal, Carmen Zanotto. Do lado de fora, dezenas acompanharam a cerimônia por um telão, de forma confortável e cômoda. O calor não afugentou a comunidade, que não arredou o pé até que o roteiro fosse cumprido. O padre Marcos Costa, da paróquia São Judas Tadeu, foi um dos celebrantes.

A Diocese de Lages é responsável por 23 municípios, num raio de 289 mil quilômetros quadrados e 340 mil habitantes, conta com 40 padres, 11 diáconos permanentes e dois em estágio para ordenação, e está organizada em 25 comunidades paroquiais.

A semente do bem pela fé

Dom Guilherme se fixa em Lages com o propósito de espalhar ensinamentos da religião cristã católica galgados na fraternidade e na solidariedade. Uma das suas características que mais chamam a atenção é seu advento à tecnologia, uma vez que mantém atualizações nas redes sociais, a exemplo do Facebook. “A Diocese de Lages tem quase um século de existência e nestes 251 anos de fundação de Lages seu povo se sente muito feliz. Na década de 1950 tive a honra de receber de Dom Daniel Hostin o sacramento da Crisma, em minha cidade natal, Tangará. Todos prestaram sua contribuição à evangelização e há quase nove meses chorávamos a perda de Dom Oneres, um ícone em nossa Diocese. Dom Nelson Westrupp, de espírito conciliador, deixa uma marca indelével. E a Dom Guilherme, desejamos boas-vindas e desde já agradecemos pelas mãos estendidas na luta em favor dos mais necessitados e pela visão de prática moderna e atualizada em defesa dos direitos humanos, à terra, às oportunidades e à vida digna”, expressa o prefeito Ceron, concluindo: “Nossa gente é trabalhadora e acolhedora, e aqui o senhor vai encontrar campo fértil para colher bons frutos em sua trajetória religiosa. Que a sua orientação faça-nos viver mais felizes.”

Em seu pronunciamento, Dom Guilherme disse não estar em Lages para ser bispo somente dos católicos, universalizando a noção de fé. “Pois os apóstolos foram enviados para arrebanhar fiéis no mundo inteiro. Segundo o Evangelho de São Marcos, nossa missão é levar o Evangelho a todas as criaturas. O pastor se realiza enquanto o rebanho tiver vida, vida em plenitude. Nós somos responsáveis, cuidadores, servos do Senhor, servos do bem.”

Até a data de posse de Dom Guilherme, à frente da Diocese nos últimos 13 meses esteve o administrador apostólico Dom Nelson, cujos compromissos foram devidamente concluídos. “Acolhemos Dom Guilherme em um momento tão significativo para todos os diocesanos. O novo bispo, de mangas arregaçadas, servirá à evangelização para que todos tenham vida em abundância. Nossa missão é aquela que Deus espera de nós. O bispo é um servidor do Evangelho de Cristo, vigilante da caridade, da fé e da esperança”, observa Dom Nelson. Após sua manifestação, padre Hildo Ghizoni complementa: “Em 13 de março o papa Francisco completou cinco anos de ministério e quatro dias depois temos esta abençoada novidade para celebrar na nossa Diocese, a vinda de Dom Guilherme. Nosso novo bispo pode contar conosco, saiba que nossa casa tem porta, mas não tem tramela.”

Positividade e amor

Nos bancos da igreja foram reservados lugares para padres vindos de Goiás e para familiares de Dom Guilherme. Os irmãos Selita Werle e Armin Werlang viajaram de São Carlos especialmente para a posse, assim como fez o primo do novo bispo, Paulo Roque Frantz Werlang, só que de bem mais longe, pois mora em Copacabana, Rio de Janeiro. Sobre o parente evangelizador, só elogios pela simplicidade. “Ele é uma pessoa incrível. Faz todo trabalho doméstico em casa, até costura. Faz churrasco e cultiva uma parreira em casa. Gosta da natureza. É um ser humano fantástico. Lages ganhou um grande presente”, desabafa Paulo Roque. Participaram das celebrações o pároco da Catedral, padre Valdir Clemente Goedert; o administrador apostólico da Diocese, Dom Nelson Westrupp; chanceler da Cúria Diocesana, Padre Carlos Alberto W. Pamplona; arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, e o arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz.

O ritual

Dom Guilherme recebeu o crucifixo no ato de recepção. Seguiu ao Sacrário da Catedral para alguns minutos de adoração ao Santíssimo e consagração a Nossa Senhora dos Prazeres. Recebeu o aspersório – objeto em que se coloca água benta para aspergir o povo, lugares e objetos – e dirigiu-se para a procissão de entrada da missa.

Foi lida a bula, carta de nomeação enviada pelo papa Francisco, nomeando Dom Guilherme como bispo da Diocese de Lages. O novo bispo recebeu então o báculo, tipo de cajado, símbolo do ministério de pastor. Depois da leitura da bula e a entrega do báculo, foi lida a ata de posse.

Dom Guilherme sentou-se na cátedra episcopal, a cadeira oficial do bispo na Catedral. Por fim, a acolhida por parte de padres e autoridades, e a cerimônia religiosa seguiu até sua programação ser concluída.

Biografia

Dom Guilherme Antônio Werlang é filho de José Aldino Werlang e Irena (Marschall) Werlang, o quarto de 11 filhos. Nasceu no dia 05/08/1950, em São Sebastião, São Carlos, SC. Entrou no Seminário dos Missionários da Sagrada Família com 12,5 anos, em Maravilha, SC, onde cursou o Admissão em 1963. Os estudos, ginasial e ensino médio, cursou nos Seminários de Santo Ângelo, e Rio Pardo, RS, nos anos de 1965 a 1971. Filosofia na Universidade de Passo Fundo, de 1972 a 1974; Noviciado em Catuípe, RS, em 1975 e Teologia na PUC de Porto Alegre de 1976 a 1979.

Sua ordenação Presbiteral ocorreu em São Sebastião, São Carlos, SC, aos 02 de dezembro de 1979.

Antes de sua Sagração Episcopal, trabalhou como Reitor e Formador nas diversas etapas de Formação dos Missionários da Sagrada Família e, por duas ocasiões, como Pároco em Jataí, GO. De 1982 a 1984 atendeu as cidades de Aparecida do Rio Doce, Itarumã, Itajá e Lagoa Santa, todas em Goiás.

Dom Guilherme foi nomeado Bispo em 19 de maio de 1999. Sua posse, como Bispo da Diocese de Ipameri-GO, se deu em 07 de agosto de 1999. Como Bispo, Dom Guilherme Werlang, no Regional Centro-Oeste, foi o Bispo referencial da CPT – Comissão Pastoral da Terra; da CRB – Conferência Nacional dos Religiosos de Goiás; Comissão da Liturgia e Referencial do Setor da Pastoral da Juventude e por três (3) anos foi Secretário do Regional do Centro Oeste da CNBB. Em nível nacional na CNBB, foi membro da Comissão do Mutirão da Superação da Miséria e da Fome; Presidente da Equipe de Trabalho da Elaboração do Documento da “Igreja e a Questão Agrária no Brasil no início do século 21”; Membro da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz e agora já está no segundo mandato de Presidente da mesma Comissão Episcopal que atualmente se chama Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sócio-Transformadora – de 2011 até o momento; Também é membro do Conselho Econômico da CNBB e fez parte da Comissão Episcopal para a Reforma e Construção da nova Sede Nacional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); é membro do Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP) e do Conselho Permanente da CNBB; está no segundo mandato atuando na Equipe do Fundo Nacional da CNBB, responsável por analisar e aprovar os projetos a serem atendidos com os recursos advindos da Coleta da Campanha da Fraternidade.

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