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76 municípios de SC já decretaram emergência devido à estiagem

Ao menos 76 municípios de Santa Catarina decretaram situação de emergência desde o início de 2020 devido a estiagem que afeta o Estado. A maioria das cidades são do Extremo-Oeste, Oeste e Meio-Oeste, microrregiões mais prejudicados pela falta de chuva. A lista é composta apenas por municípios que pediram auxílio estadual ou federal.

O maior déficit de chuvas ocorre no Meio-Oeste. Segundo dados da Epagri, a microrregião registrou uma diferença de -635 mm de precipitação entre maio de 2019 e abril de 2020 na comparação com a média de chuva dos últimos 20, 30 anos. O período inclui épocas de seca severa. Na sequência, estão a região Oeste, com -614 mm, a parte serrana da Grande Florianópolis, com -612 mm, e o Extremo-Oeste, com -564 mm. Com exceção do Litoral Norte, todas as outras microrregiões de Santa Catarina tiveram redução do volume de chuvas acima de 300 mm no período.

“As frentes frias têm passado muito secas, com pouca umidade para dar chuva. Em março e abril, foram atuações frequentes e persistentes de massas de ar seco. No Litoral Norte foi um diferencial, porque ali teve muita influência do oceano e permanência de umidade”, disse a meteorologista da Epagri/Ciram, Maria Laura Guimarães Rodrigues.

A falta de chuva pelo Estado provocou perda na lavoura. Segundo a última projeção da Epagri, a produtividade do milho caiu 8% em relação à safra passada, o que deve provocar uma retração de 9,9% na produção. Pela estimativa, serão 250 mil toneladas a menos do grão. Na soja, a redução é um pouco menor. A previsão é de queda de rendimento médio de 5,8% na comparação com o ano passado, com encolhimento da produção em 4,4%. Mesmo com aumento da área plantada, a diferença para a safra passada será de 100 mil toneladas a menos.

Para combater a seca, a Secretaria de Estado de Agricultura anunciou programas de facilitação de investimentos. “As estiagens não são raras em nosso Estado e a prevenção é o melhor caminho, por isso nosso incentivo aos investimentos em captação e uso da água”, disse o secretário Ricardo de Gouvêa.

A boa notícia é que os primeiros dias de maio devem registrar chuvas mais regulares, principalmente nos dias 5 e 6. Segundo a projeção trimestral da Epagri/Ciram, o acumulado deve ser maior na região Oeste. Depois da passagem da frente fria há a previsão de uma massa de ar frio, com queda mais acentuada da temperatura em todo o Estado.

Por RCN

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