Esta é a última edição do Correio Lageano. Está dito assim, na primeira frase, porque é como pedem as notícias históricas. Está dito com um misto de orgulho e tristeza, mas, acima de tudo, está dito de coração aberto e sem rodeios, como sempre foi ao longo de 81 anos.
Há o orgulho inafastável de quem lutou o bom combate. De quem, mais do que noticiar o desenvolvimento de uma região, fez parte desta luta. De um jornal que se integrou à sua comunidade até se tornar um símbolo dela e de seus anseios.
Há a tristeza de quem não queria um ponto final. Dentre todas as lutas, a derradeira foi para se adaptar a um mercado que mudou drasticamente na última década. Jornais centenários da imprensa brasileira fecharam suas portas ou acabaram com as edições impressas muito antes de nós. O Correio Lageano resistiu até o seu limite, mas em um cenário já difícil, a crise da pandemia acabou por ser determinante. Junto com esta última edição impressa, encerra-se também a atividade dos nossos portais. Ainda assim, entre o orgulho e a tristeza, o primeiro é imensamente maior do que a segunda.
O Correio Lageano pautou sua existência pela crença em Lages, na Serra Catarinense, no Estado de Santa Catarina, no Brasil e na dignidade do ser humano. E no momento do adeus, a última palavra da última página da última edição deste jornal simboliza o que nos trouxe até aqui, e que desejamos que seja permanente na vida de todos: esperança.
Que jamais percamos a fé. Muito obrigada.
Direção CL